domingo, 14 de junho de 2009

No limite


Psiu! É com você que estou falando.Você mesmo que parece estar muito aborrecido hoje.Existem mil motivos para você ficar amuado, triste e com raiva, mas com certeza existem dois mil para você sacudir a poeira do paletó e ir para a galera.
Solte-se, relaxe e deixe acontecer. Talvez tenha brigado com o marido ou esteja até doente.
Êpa, você tem razão.Ficar doente é um negócio que mexe com a gente, abaixa o astral e despenca qualquer topete.Mas, espera um pouco; quantas pessoas também não estão passando por problemas com a saúde e superando a cada dia um obstáculo, construindo defesas, acreditando na Vida ?
Amanhã tudo vai ser diferente porque cada minuto é um recomeço.Então, seja firme.
Existem pessoas que conseguiram vencer suas próprias dificuldades e se tornaram exemplos luminosos e imortais, a clarear para sempre, com sua sublime lembrança, os mais tristes caminhos da desventura humana.Preste atenção: Luís Braille é um desses exemplos.Cego desde os três anos de idade estudou, trabalhou e lutou incansavelmente até criar a escrita em relevo, especial para cegos, que foi batizada com o seu nome.
Manuel Francisco Lisboa, o Aleijadinho, tem o melhor de sua obra feita quando ele já estava na pior fase de sua existência, experimentando junto com a dor física, uma solidão interior, com vergonha de se mostrar diante dos olhos alheios...Temos ainda o Frei Caneca que foi sentenciado a quatro anos de pena numa prisão baiana e ele simplesmente aproveitou o tempo para ensinar geometria e matemática aos companheiros de cárcere.
Qualquer criança de nossas escolas públicas sabe o nome daquele que é considerado um dos maiores músicos de todos os tempos, Beethoven.
E todos também sabem que no auge da sua glória, quando a Europa consagrou a sua “Nona Sinfonia Coral”, ele já não podia ouvir os aplausos que o honravam, porque estava surdo.O que nem todos sabem é que Beethoven teve uma infância difícil, um pai alcoólatra e quando a mãe dele morreu, teve de assumir os irmãos menores.E olha que ele só tinha 16 anos de idade...
Sua vitória na música foi um triunfo do trabalho, com muitos anos de esforço e solidão, transformando as mágoas numa apoteose de sons! Não precisamos ir longe.
Aqui mesmo no Brasil temos Oswaldo Cruz, que hoje é cultuado como herói na luta contra a febre amarela e a peste bubônica, mas na sua época foi ridicularizado e abandonado por todos, vendo sua humilde casinha ser apedrejada pelo povo.Foi incompreendido e ficou sozinho, mas sempre confiante naquilo que realmente acreditava.
Maria Madalena, que havia renunciado ao luxo e ao prazer por Amor a Jesus, não teve ninguém por si, quando o Mestre Amigo se foi.Desprezada pelos companheiros, apenas encontrou respeito e carinho num vale de leprosos, realizando ali a sua plantação de Amor.
Então, nem tudo está perdido.Procure ultrapassar os seus próprios limites e talvez perceba que no lodo também nascem flores!
Nos momentos mais difíceis de nossas vidas é que temos a oportunidade de dar a volta por cima e tirar de letra mais esta prova, confiando sempre na nossa capacidade de surpreender.E depois é só virar a página do Livro da Vida, confiante que aprendemos a lição.Como já dizia o nosso poeta Francisco Otaviano...

“Quem passou pela vida em brancas nuvens”,
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da dificuldade
Quem não passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem, não foi homem...
Só passou pela vida...Mas não viveu! ““.

Silmara Retti

Nenhum comentário:

Postar um comentário